Então também eu não resisto e me entrego às reflexões típicas da data. O que fiz deste 2019? Como me defendi do embrutecimento generalizado? O que posso comemorar? Olha, apesar de tudo, não foi pouco. Foi um ano de muitas lágrimas, confesso, mas houve também muitos momentos felizes. Se eu fosse descrever todos, o texto ficaria longo demais, mas resumo algumas coisas que foram realmente importantes: escrevi dois livros ficcionais (um deles já encontrou sua casa editora, em breve vocês saberão, sou péssima em guardar segredos rs), metade da minha tese e dois artigos, um deles já publicado; fiz minha primeira viagem ao Oriente e conheci o Egito; conheci muitas pessoas interessantes e fiz novos amigos; voltei para as aulas de dança e comecei a aprender a dançar tango; visitei pela primeira vez um presídio, onde fiz uma mediação de leitura; conheci novas autoras maravilhosas da literatura brasileira, como a Micheliny Verunschk, a Juliana Leite e a Aline Bei; fiz um curso de roteiro e escrevi meu primeiro roteiro; fiz um passeio de balão pela primeira vez...
Olha, olhando para esta lista resumida, acho que 2019 foi pleno de dores, mas também de aventuras! Eu tenho muito a agradecer ao Divino e a todas as pessoas que trouxeram ao meu 2019 mais abraços, mais leveza, mais poesia, mais música, mais dança, mais amor... E que venha com mais em 2020! Um ano luminoso para todos nós! E que saibamos comemorar o fato de estarmos vivos! Para terminar com palavras de Drummond, havemos de amanhecer:
"Recebe com simplicidade este presente do acaso.
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa já expirou, outras espreitam a morte,
mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo,
e de copo na mão
esperas amanhecer".
Mereceste viver mais um ano.
Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.
Em ti mesmo muita coisa já expirou, outras espreitam a morte,
mas estás vivo. Ainda uma vez estás vivo,
e de copo na mão
esperas amanhecer".
(Carlos Drummond de Andrade, "O último dia do ano")