segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Arco-íris

Houve um momento em que a tarde parou.

Não se sabia se o balé dos astros
forjavam destinos inesperados
ou se luas e planetas e estrelas
pairavam sem serviço
no descanso dos ponteiros
do inexorável Tempo.

No momento imóvel
nuvens cinzas se aglomeravam
grávidas de gotas de chuva
e um sol de saída ainda presente
derramava sua luz hesitante
sobre as árvores caladas.

Não se sabia
se as nuvens se ensolaravam
ou se o sol se chovia
e por via
de tão agudas dúvidas
a viúva
não se casaria
mesmo que cantassem as crianças:
"Sol e chuva
casamento de viúva".

As pesadas nuvens
soltaram os primeiros pingos
o sol competitivo
esticou alguns dos seus raios
e assim findou-se
o recreio do Tempo:
vento soprou sobre a terra
moveu as nuvens
que se derramaram
à luz do sol poente

e o céu se pintou de sete cores.

Eram os deuses novamente
insistindo na aliança:
não havemos de destruir os homens
em imobilidade eterna.

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