sábado, 27 de agosto de 2011

Ela sempre volta

Alguns meses se passaram sem que eu passasse por aqui. Peço desculpas aos meus poucos leitores!
A poesia parecia ter me abandonado, sufocada entre as obrigações morais e civis (como diria o Pessoa).
Mas ela voltou e nesta semana tive uma overdose - escrevi três poemas. Um deles aqui vai, os outros ainda estão dormindo em seus arquivos, não estão prontos para exibir-se aos olhos do mundo.


Prece à Primavera

Suplico-lhe, adorada Primavera,
que não venhas.
Não posso mais florir.

Guarda tuas gotas
tuas chuvas benfazejas
peço-te, não me provoques

com teus dedos úmidos
com sussurros de pólen
e sementes à espera.

Suplico-lhe, misericordiosa,
não me torture
com tulipas
lábios de lisianto
beijos de borboleta.

Não posso mais florir.

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